Em 1958, aos 25 anos, deixou um bar para
se dedicar apenas a sua arte. De forma manual, sem nenhuma máquina, já que naquele
tempo nem energia elétrica tinha na comunidade, Chico Bessa fazia todo tipo de
móveis, de tamborete à cristaleira, de guarda-roupa à balcão de mercearia, de
berço a cama de casal.
As madeiras utilizadas eram cumarú,
imburana, pereiro e pau branco, todas praticamente extraídas das matas do
município de Rodolfo Fernandes. “Acabaram com tudo. O juazeiral que existia no
“baixio” grande do Espinheiro , por exemplo, foi substituído pelos cajueiros”.
Para envernizar os detalhes de cada móveis, Chico Bessa utilizava o Capumã, o pó de carvão que ficava nas
lamparinas e que ele fazia virar tinta para deixar os móveis mais bonitos.
Um dos trabalhos que lembra foi a cama de
dois metros e vinte que fez por encomenda para o casamento de Raimundo Campelo e
Natalina, hoje com mais de 80 anos e residente na Rua Vicente Rego. Raimundo
Campelo é o homem mais alto de Rodolfo Fernandes. Essa que durou muito tampos e os colchões eram
sempre pequenos para ela.
Nunca faltou serviço, mesmo tendo na época
mais dois merceeiros na cidade que eram Raimundo Delfino e José Rodrigues.
Em 1970, em decorrência de problemas de saúde de dois filhos, Chico Bessa teve que se mudar para Natal, onde mora até hoje. Mudou também suas atividades profissionais, deixando a arte de fazer móveis pelo dia-a-dia de taxista. Do filho Montini teve dois netos, Fernanda e Artur. A mensagem que deixa para os jovens de hoje é que “Fazendo o serviço certo e gostando do que faz, nunca faltarão clientes e retorno financeiro”.
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